10 de janeiro de 2012

A Canção de Amerghin


Sou um vento que cruza o mar,
Sou uma torrente que atravessa a planície,
Sou o rugido das marés,
Sou um cervo com sete pares de chifres,
Sou uma gota de orvalho derramada pelo sol,
Sou a ferocidade dos javalis,
Sou um falcão, meu ninho num despenhadeiro,
Sou um cúmulo de poesia (habilidade mágica),
Sou a mais bela entre as flores,
Sou o salmão da sabedoria,
Quem senão eu é tanto a árvore quanto o raio que a atinge?
Quem é o segredo escuro do dólmen ainda não derrubado?
Sou a rainha de toda colméia,
Sou o fogo em cada colina,
Sou o escudo sobre cada cabeça,
Sou a lança da batalha,
Sou a nona onda do eterno retorno,
Sou a sepultura de toda esperança fútil,
Quem conhece o caminho do sol, as fases da lua,
Quem reúne as divisões, encanta o mar,
Põe em ordem as montanhas, os rios, os povos?

* Canção proferida por Amerghin, druida dos Milesianos, no mar antes de aportar em Erin (Lebor Gabala Eiren, "Livro das Invasões da Irlanda").
**Tradução de Bellovesos.

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