10 de janeiro de 2013

27. Um Dia Druídico


Acordo, e procuro me lembrar dos sonhos que tive durante a noite e entender as possíveis mensagens neles contidas. Vou ao banheiro, lavo o rosto, troco de roupa, faço uma oração. Enquanto o café se apronta na cafeteira, faço algumas preces diante do altar. Depois disso, termino de fazer o café da manhã, sento-me na mesa com meu esposo enquanto conversamos e tomamos o café juntos. Recolho os pratos e xícaras, derramo água nas plantas, despeço-me de meu marido, que sai para o trabalho, com beijos e um abraço, e sigo para as tarefas do meu dia (algum trabalho acadêmico, leitura de um livro, ida a faculdade - e logo em breve ao trabalho - preparar o almoço, enfim).
Com o almoço no meu prato, me concentro e faço mentalmente uma oração de agradecimento ao alimento e ao animal que morreu. Almoço calmamente, enquanto assisto televisão ou escuto uma música. No fim da tarde, meu marido chega e preparamos um lanche para nós dois. Às vezes separo um pouco do café e ofereço aos meus ancestrais, em especial a minha avó materna. Durante o banho peço por purificação e renovação das minhas forças.
Sempre que possível, observo o pôr-do-sol pela janela da sala... Apenas contemplando aquele momento. Mais tarde, jantamos e novamente faço uma oração de agradecimento. Se o céu à noite estiver sem nuvens, gosto de observar as estrelas e a lua, e sentir a brisa noturna... Ou mesmo se o tempo estiver nublado, gosto de sentir o cheiro de chuva... Assistimos a um filme ou seriado, e depois vamos dormir, não sem antes eu realizar uma oração.

Meus dias são basicamente assim. Claro, que nem todo dia dá para seguir essa rotina que descrevi, mas faço o possível, ainda mais que capricorniano adora uma rotina... rs.
Deixo também muito a inspiração me guiar... Se me der vontade de ouvir tal música, eu ouço, se der vontade de escrever um poema, eu escrevo, se me der vontade de dançar alguma dança (especialmente circular ^^), eu danço... Enfim, deixo meus ouvidos, coração e sentidos abertos ao que os Deuses querem me dizer e ensinar.
O druida ou druidista não tem um dia druídico só quando irá comemorar um Imbolc ou Samhain. Evidentemente, que nos dias dos festivais dedicamos um pouco mais de atenção e práticas religiosas, mas os outros dias do ano não devem ser apenas “um dia normal do ano”. Nenhum dia é igual ao outro, e nenhum pôr-do-sol é igual ao de ontem. O Sagrado se manifesta tanto nos dias de pico do ciclo anual (os festivais) quanto nos outros dias. A verdade é que os Deuses e ancestrais estão presentes em todo o momento, ao nosso lado, sobre nós e abaixo de nós. Só nos resta perceber a presença deles. Viver todos os dias de forma druídica é viver uma vida mais plena de consciência, sacralidade e felicidade. 

(Luminária no altar dos ancestrais, foto de M. Faro)

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