29 de novembro de 2012

1. Por que Druidismo?


(Ramos de um carvalho, uma das árvores sagradas no Druidismo. Irlanda jul/2012.)

Escrevi uma vez um texto falando sobre como iniciei o caminho no Druidismo, então não vou falar exatamente isso para não me repetir. Mas vou falar (quero dizer, escrever rs) o que o próprio tema propõe: por que druidismo?
Bem, porque me sinto profundamente atraída pela cultura e espiritualidade céltica, em especial a irlandesa (mas não somente por esta). Porque de alguma forma acredito e sinto que em alguma vida passada já vivi em terras célticas. Porque quando escuto uma música de inspiração celta (ou seja, irlandesa, escocesa, galega...) me arrepio até os ossos e meu coração se aperta sentindo um misto de saudade e alegria intensa ao mesmo tempo (aliás, a minha primeira experiência de contato com a cultura celta foi por meio da música). Porque mesmo um povo (ou povos, pois eram várias tribos) estando há tanto tempo “morto” (mil aspas aqui! rs) a sua cultura ainda ecoa em nossos tempos e ressoa intensamente em meu coração e espírito.

Porque sei que o Sagrado está na natureza e em praticamente tudo a minha volta, e que não só o ser humano possui alma, mas também os animais, as árvores, os rios, pedras e até mesmo os objetos no meu altar (ou centro devocional, como alguns preferem chamar).  Porque desde muito tempo adorava ouvir histórias de seres encantados, de Iaras, botos, cobras grandes, fantasmas, enfim, seres do imaginário amazônico, e também do europeu, como as fadas, sereias, ninfas, espíritos do vento, das árvores... Pois mesmo sendo lendas ou contos de fadas algo me dizia no fundo que elas realmente são reais. Porque acredito que o Druidismo é uma dentre muitas formas de espiritualidade e de vida que a humanidade mais necessita se aproximar e entender nos dias de hoje. Uma espiritualidade que reconheça a sacralidade da Terra e dos seres que nela habitam, e que busque reconectar o passado, a Ancestralidade (sem, no entanto, ignorar os benefícios da modernidade) com o presente. E porque sinto um grande encantamento pela vida, pela natureza (e todos os seus ciclos, que são nossos ciclos também), pelos pequenos detalhes do dia-a-dia até os grandes mistérios da natureza e universo. Encantamento esse que o ser humano precisa descobrir de novo, e o quanto antes, para o seu próprio bem e o do mundo.

É por tudo isso e muito mais que sigo e vivencio o Druidismo, em cada minuto do meu dia. Seja fazendo uma oração diante do altar, ou observando o pôr-do-sol, cuidando das plantas na varanda, amando a minha família, ou apenas ouvindo uma música celta. E olha que não tem um dia que passe sem que eu ouça música celta, pois pra mim não há nada melhor do que as músicas (e os mitos) celtas para entender a verdadeira alma do Druidismo e da(s) cultura(s) céltica(s). Um sábio já disse que a música é a alma de um povo. Schopenhauer escreveu que “a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende”. E o maravilhoso e inspirado Khalil Gibran nos disse que a música é a linguagem dos espíritos.  A Grande Canção... era como os irlandeses há poucos séculos atrás chamavam Deus...

5 comentários:

  1. Que lindo Mayra. Parabéns. Muita inspiração p/ você! /|\

    ;*

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  2. Espero que a experiência de escrever os 30 dias sejam de auto-conhecimento e de compreensão da tua visão sobre a Tradição.
    Inspirada seja!

    Bach

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  3. Encantada com nossa fada amiga que, durante todos esses anos, pude acompanhar bem de pertinho o seu nobre caminhar... Muitas bênçãos de inspiração!!!
    Rowena /|\

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  4. Gostei pois a Mayra falou com alma,sentir a alma no que se escreve,druidismo é isso acesso a alma! Parabéns!

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  5. Obrigada pelas palavras e força gente! ^^
    Bjs e bençãos dos Antigos :)

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