5 de fevereiro de 2014

Na minha terra...

Na minha terra não tem Carvalho, mas tem Samaúma.
Na minha terra não tem Aveleira, mas tem Açaí.
Na minha terra não tem corvo, mas tem urubu e tem anu.
Na minha terra não tem cisne, mas tem garça.

Onde eu nasci não tem tinta azul.
Mas pra se pintar, usamos jenipapo e urucum.
Onde eu nasci não tem zimbro, mas tem breu e priprioca.
Onde eu nasci não faz frio,
Mas quando chove a gente deita na rede e se embala com a canção do vento e da chuva. E se der, ainda come uma tapioca.

Se isso me afasta do Druidismo ou dos Celtas antigos, eu vos digo: pelo contrário. Isso me aproxima deles e me religa ao que tem de mais sagrado: a Natureza.


Mayra (Darona) Ní Brighid.

(Raízes de uma samaúma, foto de Araquem Alcântara).



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