Grande parte de um ritual
acontece por meio de meditações (no sentido de visualizações). Em outras
palavras, um ritual é 70% interno (visualização, concentração, visões,
intuições, sensações) e 30% externo (gestos ritualísticos, oferendas, preces,
encantamentos). E muito da vivência diária de um druida ou druidista é baseada
em práticas de meditação e contemplação, pois é muitas vezes dessa forma que
nos chega a inspiração.
Acredito que a meditação não era desconhecida entre os celtas, embora possivelmente tivesse outra denominação e sentidos. A imagem de Cernunnos no Caldeirão de Gudenstrup nos remete levemente a uma postura meditativa. Há um texto medieval irlandês que diz que nas casas de cura, depois do banho de vapor, as pessoas doentes eram incentivadas à prática de dercad (contemplação), para alcançar um estado de paz.
A meditação no Druidismo não é só
aquele ato de sentar-se, aquietar a mente e deixar que os pensamentos e ideias
surjam trazendo mensagens para o momento. Pode ser também a entoação de
palavras sagradas que nos levam a um estado profundo de quietude e concentração;
pode ser uma dança circular, que age como uma meditação ativa; e pode ser
também a simples contemplação de algo, como a chama de uma vela, o balançar das
folhas nas árvores ou as nuvens no céu, que nos induz a um estado profundo de
consciência.
Em um mundo onde a pressa é
estimulada e a “perda de tempo” é criticada, ficamos cada vez mais estressados
e distantes da quietude necessária a nossa saúde mental, física e espiritual. Por
isso é importante dedicarmos algumas horas por dia para nós mesmos, para
meditar, plantar, ouvir uma música preferida ou apenas dormir. Pois como já
disse um sábio, dormir é fechar os olhos para o mundo de fora e despertar para o
mundo de dentro. E o mesmo acontece quando meditamos.
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