16 de dezembro de 2012

14. Meditação


Grande parte de um ritual acontece por meio de meditações (no sentido de visualizações). Em outras palavras, um ritual é 70% interno (visualização, concentração, visões, intuições, sensações) e 30% externo (gestos ritualísticos, oferendas, preces, encantamentos). E muito da vivência diária de um druida ou druidista é baseada em práticas de meditação e contemplação, pois é muitas vezes dessa forma que nos chega a inspiração.

Acredito que a meditação não era desconhecida entre os celtas, embora possivelmente tivesse outra denominação e sentidos. A imagem de Cernunnos no Caldeirão de Gudenstrup nos remete levemente a uma postura meditativa. Há um texto medieval irlandês que diz que nas casas de cura, depois do banho de vapor, as pessoas doentes eram incentivadas à prática de dercad (contemplação), para alcançar um estado de paz. 

A meditação no Druidismo não é só aquele ato de sentar-se, aquietar a mente e deixar que os pensamentos e ideias surjam trazendo mensagens para o momento. Pode ser também a entoação de palavras sagradas que nos levam a um estado profundo de quietude e concentração; pode ser uma dança circular, que age como uma meditação ativa; e pode ser também a simples contemplação de algo, como a chama de uma vela, o balançar das folhas nas árvores ou as nuvens no céu, que nos induz a um estado profundo de consciência.

Em um mundo onde a pressa é estimulada e a “perda de tempo” é criticada, ficamos cada vez mais estressados e distantes da quietude necessária a nossa saúde mental, física e espiritual. Por isso é importante dedicarmos algumas horas por dia para nós mesmos, para meditar, plantar, ouvir uma música preferida ou apenas dormir. Pois como já disse um sábio, dormir é fechar os olhos para o mundo de fora e despertar para o mundo de dentro. E o mesmo acontece quando meditamos.

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