Foi-se o tempo em que a religião monopolizava o conhecimento, e também findou a era em que a ciência se auto-supervalorizava perante outras formas de saberes. Não há mais razão para uma excluir ou ignorar a outra. O extremismo da religião é o fanatismo cego, e o da ciência o ceticismo insensível. Seja para que lado a balança pesar mais, sempre haverá desequilíbrio e visões tortas da realidade.
A cada dia a sociedade se
aproxima de um novo paradigma, que alguns sociólogos (como Boaventura de Sousa
Santos) e filósofos (como Marilena Chauí) chamam de pós-moderno, onde as
fronteiras entre a ciência e a religião, a razão e intuição, são tênues e
fluidas. As áreas de conhecimento, antes fechadas em si mesmas, dialogam cada
vez mais e compartilham ideias, conceitos e perspectivas. A medicina, a religião,
a arte, a história, antropologia, sociologia, filosofia, biologia, entre outras
ciências, de uns anos para cá têm dialogado profunda e positivamente, sem, no
entanto, romper suas próprias fronteiras. E isso é bom, pois acarreta consequências
positivas tanto para essas ciências quanto para as sociedades. Claramente, esse
é um processo lento e que ainda enfrenta resistências de correntes fundamentalistas
(tanto cientificas quanto religiosas), mas cada vez mais nos aproximamos desse
novo paradigma.
É possível que esse novo
paradigma esteja relacionado com a Nova Era dos místicos modernos, que para
alguns se iniciou nesse último dia 21 de dezembro de 2012, a mudança de ciclo
no antigo calendário maia. Seja como for, essa visão holística do mundo, de que
tudo está relacionado e que a realidade não pode ser vista sob apenas uma
perspectiva não é nova para o Druidismo e nem para as culturas tradicionais,
como as indígenas. Acho que é por isso que nunca li a teoria do “big bang” ou a
teoria das cordas ou ainda a hipótese de Gaia com espanto, pois de certa forma
já sabia daquilo, só que de outra forma, claro. Você conhece o livro “O Tao da Física”,
de Fritjof Capra? É bastante interessante e sugiro a leitura.
A ciência e a religião não são
nada mais do que linguagens diferentes para explicar o mundo a nossa volta. Uma
possui uma linguagem mais objetiva, e a outra mais subjetiva ou simbólica, mas
ambas são válidas e comumente falam exatamente a mesma coisa, só que com termos
e palavras diferentes. Só mesmo um cego para não perceber isso...
É incentivada no Druidismo uma
formação acadêmica de seus adeptos, mas NÃO é algo obrigatório. De certa forma,
hoje está cada vez mais fácil possuir uma graduação, pois o ingresso no ensino
superior está mais acessível, e também é quase que inato em um druida ou
politeísta celta a sede pelo conhecimento, já que o caminho do Druidismo e Reconstrucionismo
Celta nos exige muito, mas muito estudo. Só temos que, com graduação ou sem
graduação acadêmica, ter o cuidado para não pender demais para um lado, nem ser
cientista demais ao ponto de nos tornar céticos e cegos à beleza da natureza,
nem religioso demais que nos torne fanático. O equilíbrio, como sempre, é
fundamental.
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